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Eu te odeio!

  • oneprince.
  • 4 de ago. de 2015
  • 4 min de leitura

Eu odeio você. Eu odeio a sua foto de perfil no Facebook, no WhatsApp, no Instagram… eu odeio os seus olhos pretos e seus cílios grandes. Eu odeio cada cílio seu que caiu na sua bochecha e eu tirei. Odeio as suas mordidas cruéis, longas e impiedosas. Odeio a tua presença, mas odeio mais ainda a tua ausência. Eu odeio a sua orelha e a forma perfeita que ela tem. Odeio todas as vezes que a mordi. Odeio todas as vezes que lambi o seu rosto. Odeio o seu umbigo. Odeio a sua boca. Odeio quando para de me beijar e te vejo mordendo o lábio inferior. Odeio o seu cabelo. Odeio a sua franja. Odeio o jeito que as minhas mãos se encaixam nos seus seios. Odeio quando não responde as minhas perguntas. Odeio quando briga comigo. Odeio quando brigo contigo. Odeio quando não me escuta. Odeio quando briga com seus pais. Odeio quando tem razão. Odeio quando acha que tem razão. Odeio quando me responde com aquelas carinhas - que merda são aquelas? Não são palavras para usá-las no lugar de palavras. Odeio quem inventou aquelas carinhas.


Odeio cada centímetro do seu corpo. Odeio as pintinhas do seu braço direito, as pintinhas do seu rosto que descem pelo seu pescoço, odeio as suas pintinhas das costas e daquelas que nunca vi. Odeio cada batida do seu coração. Odeio cada átomo, cada célula, cada osso, cada órgão seu.


Odeio aquela vez em que você fez a sua mãe me ensinar a fazer café. Odeio aquela vez em que o controle do seu portão eletrônico não quis funcionar. Odeio o medo que senti naquele dia. Odeio aquela vez em que seu pai chegou e tive que fugir pelo telhado. Odeio todas as vezes que deitei na tua cama, todas as vezes que senti o teu cheiro, todas as vezes que meu corpo se curvou diante de ti. Odeio o seu nome e seus sobrenomes. Odeio o seu beijo - mas se quiser, passa lá em casa às duas? Odeio as suas pernas, seus joelhos. Odeio o fato de não conseguir te esquecer. Odeio você por não conseguir parar de te abraçar nas minhas lembranças. Odeio você por nunca conseguir realmente te dizer “adeus’’.


Odeio não ter você para segurar a minha mão na lotação. Odeio a sua cachorra. Odeio o nome estranho dela. Odeio todas as vezes que esteve aqui em casa. Odeio todas as vezes que peguei na sua bunda enquanto subia as escadas. Odeio você. Odeio. Odeio. Odeio ter que me odiar e ter que te odiar, odeio o controle que você ainda tem sobre as minhas emoções, odeio o fato do meu coração de certa forma pertencer a você como nunca pertenceu a alguém e isso me apavora. Odeio tentar escrever que te odeio para tentar chamar a sua atenção. Odeio escrever sobre você para que todos saibam que se trata de você. E agora, faço isso de propósito. Quero que te odeiem no meu lugar já que não sou capaz. Agora, quero que seus amigos me odeiem também. Quero que você se encha de mim e me odeie também. Quero me afastar de todos que lembre você.


Odeio quando uma amiga sua cita o seu nome. Sinto ciúmes, raiva, angústia, medo, sei lá. Odeio ver você com seus amigos que eram meus amigos. Odeio saber que nunca realmente te conheci. Odeio saber que não lembro mais a data do seu aniversário. Eu fazia tanta questão de decorar para que eu pudesse pensar que te conhecia. Te odeio, garota.


Odeio tanto você, mais tanto que, te odiar nunca fez e nunca fará sentido pra mim como nunca será verdade. Pois é. Minha amiga me mataria se eu fizesse um fim romântico e pretensioso. É verídico: Eu realmente queria poder te odiar, mas no fim, o que eu sinto é um vazio, é a falta que você faz e que até uma pomba que me dissesse que me ama poderia preencher. Ou não.


Essa dor é passageira, e o triste é saber que essa cicatriz é eterna e que nunca mais vou voltar a confiar em ti; que nunca mais vou olhar pra ti com os mesmos olhos; Eu sempre acreditei que no fim dos relacionamentos abriria uma oportunidade de ambos serem amigos, de manterem contato ainda. Odiava quando discordava. Agora sei o porquê disso: Você é pior que uma granada. A granada fere uma vez. Já você, é constante. Sinto muito, sinto muito por você ser assim. Sinto muito por todas as brigas e de ter te magoada. Sinto muito por você me achar um monstro. Quiçá, eu seja. Eu dei o meu melhor. Agora é a sua vez. Perdoe-se. Não perca seu tempo me pedindo desculpas falsas. Vai atrás dos seus contatos, a sua lista é extensa. E, fazendo alguns cálculos aqui, a probabilidade de nunca mais te ver está ao meu favor. Ou não. Eu te vejo todos os dias, e em todos os lugares. E eu sinto... ódio por te ver, por ainda sentir sendo que eu que acabei com tudo, entende? Eu me odeio, mas para seguir em frente, é mais fácil odiar o outro. Ou melhor ainda, perdoar e ser perdoado.


Pois é. O nosso caso é especial. Eu sou idiota e, ela também é. Não temos como construir algo. Sempre que tentarmos, iremos falhar. Não nascemos para sermos amigos, nascemos para ser mais um casal que teve um fim: Eu te conheci, você me conheceu, pronto. Agora, somos dois desconhecidos que conhece muito um do outro. Simples. Acabou. Fim!


 
 
 

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