Borboletas no varal.
- oneprince.
- 7 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
Já faz alguns dias que quero escrever um texto dizendo que eu o superei. Mas eu não vou dar esse gostinho pra mim. Por quê? Lá vou saber. Tudo bem: Eu não sei se eu realmente o superei. Vi uma foto dele com a namorada nova. O meu corpo todo estremeceu, sabe? Um arrepio com uma fisgada no peito. Doeu, passou e é isso aí. Eles formam um belo casal. São bonitinhos. São fofos. Meigos. Sei lá. Parecem felizes e, eu quero que ele seja feliz. Ele não merece ter alguém como eu do lado dele: Sou incapaz de ser feliz por mais de dois segundos. Eu não consigo. É difícil pra mim. Como já disse, eu não estou pronta para me relacionar com alguém, eu preciso muito de alguém, muito mesmo. Provavelmente, eu precisaria mais dele do que ele precisaria de mim. Eu o atrapalharia. Eu o atormentaria com milhares de perguntas, ciúmes exagerado, dramas, brigas, reclamações, discussões bestas e, exageros sem fim.
Se ele está feliz, eu não tô feliz. Se ele a ama, é problema dele. É engraçado: Eu acho que lá no fundo eu queria estar naquela foto. Eu queria que todos aqueles comentários fossem pra mim. Eu queria de alguma forma estar lá.
Pois é. Eu o amo tanto que já não cabe mais em mim. O amor que sinto por ele está transbordando para fora de mim em forma de literatura. Eu o sinto saindo de mim. Me deixando aos poucos. Talvez, esse seja um daqueles amores suicidas. Se for, deixo que parta. Não vou te impedir, mas também não vou desistir, pois quando o amor dentro de mim morrer e todas aquelas borboletas saírem mortas, eu vou estendê-las no varal, vou esperá-las se secarem, recolhê-las e cuidá-las como se um dia eu pudesse as engolir e sentir aquele amor novamente. Aquele amor puro, saltitante, vibrante, avassalador. Aquele amor que constrói pontes para corações distantes e cura almas feridas.
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