Te deixei tocar nele?

Sabe do que eu mais tenho raiva? É de ouvir o nome dele por outras bocas. Eu não ligo de falar sobre ele: como ele era legal, imaturo, encantador, idiota e tudo aquilo lá. Porém, quando alguém toca no nome dele, parece que os estilhaços que estão no meu peito se movem de lugar, parece que eles entram mais e mais.

Odeio que falem dele pra mim. Se possível, não digam o nome do bêndito. Eu não quero saber com quem ele fica ou deixa de ficar, eu não quero saber quais são os lugares que ele a leva para se declarar. Eu não quero saber que os lanterninhas tiveram que chamar a atenção dele no cinema. Eu não quero mais ter notícias. Tá difícil superá-lo sem essa porra toda, agora imagina tendo uma atualização completa sempre que coloco o pé pra fora de casa?

Não tem como seguir em frente. Toda vez que tento, ouço o nome dele e tudo volta. Todos aqueles sentimentos tomam conta de mim. Todas aquelas lembranças voltam e sofro um apagão da realidade: O presente se torna futuro e o passado, presente.

Eu pareço uma maluca. Acho que a minha sanidade está correndo risco de morte. Ontem, eu o vi. Pois é. Eu vi ele. Com aquele shorts azul. Aquela camiseta branca listrada. Cara de sono. Cabelo recém-cortado. Não resisti. Sorri. Pareci uma boba apaixonada. Mas sabe o que é pior? Todo esse papo de não querer saber o que ele anda fazendo é mentira. Eu gosto que me mantenham informada. Lá no fundo, eu gosto. Gosto e muito. Todavia, não toque no nome dele, ou nele. Tenho ciúmes do que não me pertence também.

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