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O retrato.

  • oneprince.
  • 6 de dez. de 2015
  • 1 min de leitura

É um câncer. Do tipo raro. Deu um bote no coração. Impregnou-se pelos pulmões. Os ossos foram atingidos. É cômico. Não fumo. Não bebo. O erro foi amar. Colocar intensidade onde deveria ter um ponto final. O erro foi amar demais.


O amor é um câncer e eu estou morrendo. Os dias estão contados. A vida vira piada. Poesia. Canção. Comédia romântica. A porra toda. Os impressionistas ficariam impressionados com a vontade que temos de encontrar o amor mesmo depois que ele mostra a sua verdadeira identidade. Depois que o amor te estupra. Tudo muda. Há sequelas irreparáveis que vão te sondar para o resto da sua existência patética. O amor é o diabo encarnado no corpo dele. O amor não é uma rosa com espinho. O amor não cheira bem. O amor não é bonito. Nem de perto, nem de longe. Nem do esgoto, nem do Palácio do Planalto. O amor é aquele choro seco, aquele diálogo sem fala, aquela lembrança sem cais, aquele perfume enjoado. O amor está longe de ser um sonho. O amor é realidade. É pesadelo. É gente matando gente. Pessoas ficando carecas. É rato saindo do bueiro, é barata voando pelo o espaço terrestre. Amar é estar no inferno e, Bukowski, você estava certo, “O amor é um cão dos diabos”.


 
 
 

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