Leve.

E eu queria te abraçar como um urso te abraçaria; só que um pouco menos agressivo e feroz. Eu queria te encantar como uma borboleta azul e preta me encantou esses dias atrás. Se aquela cerca não tivesse entre eu e ela, com certeza eu a perseguiria até cair de um penhasco. Eu queria te chamar para sair. Andar de mãos dadas. Fazer bobeiras. Gritar coisas estúpidas. Ter diálogos intermináveis sobre a minha família e como ela está me deixando de saco cheio com suas mentes pequenas; de como o seu pai reagiria quando me conhecesse. Observar as árvores, os animais e como sua liberdade está em risco. Queria que mamãe te conhecesse. Que meus amigos te adorassem como eu. Tudo bem. Eles podem falar um pouco que não gostaram de você e que seu cabelo não está legal. São meus amigos. Eu até estranharia se não falassem. Sei lá. Eu queria falar mais sobre você. Queria te enfiar naquela conversa da Eduarda sobre a amiga dela, a Carla. Queria dizer que você é linda. Que entrou na minha. Que quando eu comecei a jogar bolinhas de papel em você, você revidou. E não posso esquecer de comentar que quando te levo para casa perco a noção do tempo e quando vejo já estou na esquina da sua casa e, eu adoro quando chega na esquina da sua casa. É onde eu te beijo. Mas não gosto da rapidez que esses dias tem, pois quando percebo, já estamos de costas um para o outro.