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Eu sei. De novo. Eu sei, eu sei.

  • oneprince.
  • 15 de fev. de 2016
  • 2 min de leitura

De repente, eu me vi sendo vulgar. Eu me vi deixando pessoas no vácuo. Eu me vi mudando. Eu me vi gostando de coisas que nunca pensei que gostaria. Eu não sei se quero ficar parecido com ele. Mas ao mesmo tempo que eu não quero, eu quero. Porque se eu fizer as mesmas coisas que ele fazia, ser como ele era, eu ainda vou ter um pedaço dele em mim. Pra sempre. E eu não posso mais contar com as lembranças, elas estão gastas e eu sei que um dia elas não irão mais me fazer companhia.


Eu sei que ninguém vai entender. Eu não quero saber. Eu só quero mantê-lo aqui… no meu peito. Isso significa muito pra mim. Cada vez que alimento a sua ausência e sinto a sua falta, é uma parte minha que chora e se alegra. É uma parte minha que diz: Ele está aqui. Dentro de você. Ele está aqui. Vivo. Eu sorrio. Choro, mas sorrio.


Ele ainda tem essa capacidade de me deixar pra baixo e pra cima. E eu, alimento isso. Dou corda. Adoro quando acontece. Adoro quando me esbarro com lembranças que já tinha esquecido. Adoro quando esbarro na fila daquela loja em que você foi pagar as contas da sua mãe. Eu adoro quando isso acontece. Eu estou distraído e de repente: Puf. Lembrei. Vejo seu rosto. Você de costas. Um borrão. Um vulto. Uma lembrança boa. Um momento inesquecível. Tenho vontade de ficar ali, parado, procurando o rastro do seu perfume. É agora que te conto que tenho problemas; que semana passada fui em um psicólogo, que me indicou um psiquiatra. Meus amigos insistem em dizer que devo te deixar ir. Me deram uma bronca por eu não ter dado uma chance para um carinha aí. Mas eu não consigo. Eu o beijava e quando me distanciava e via ele sorrindo, eu via o seu sorriso. Eu percebi que ele não tinha os dentes retinhos iguais os seus e que eu não poderia namorar com alguém que não fosse você. Te dei alimento; você me deu lágrimas. Vivo em uma fantasia que o único beneficiado é você. Até os meus sonhos não se tratam de mim. Eu não consigo ser o protagonista. Eu sempre acabo morrendo. É a única forma que achei para ser feliz. É o único momento em que você vai me ver e diz que sente a minha falta; que diz que me ama.


 
 
 

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