Eu não tenho curso superior.

Semana passada eu sorri para a vida. Verdadeiramente e heroicamente acreditei que ela não me trairia. Acreditei, por um instante, que a vida era a mocinha dos filmes de heróis. Hoje, derramo decepções. Mais uma parte do que eu sou, morreu. Talvez, duas. Três. Quatro. Eu pensei que eu iria conseguir o emprego dos meus sonhos. Eu acreditei que eu teria uma chance. Eu me deixei levar e eu não gostei disso. Eu odeio me iludir. Por um instante, a fé tinha cruzado o meu caminho. Estávamos andando de mãos dadas. Estávamos sorrindo. De repente, tudo desmorona e a verdade começa a surgir: a mulher do RH não vai me ligar para marcar uma entrevista. O meu currículo tem mais espaços em brancos que um algodão. Existem centenas de pessoas melhores do que eu para o cargo. Estou me tornando um desesperado e eu odeio gente desesperada. Estou me tornando um inconformado em como as empresas escolhem os seus funcionários. Ou só estou me sentindo assim porque fui rejeitado. Me rejeita que eu me apaixono. Me rejeita. É tudo o que precisa para ter a minha atenção. É tudo o que precisa para ter os meus olhos, o meu coração e a minha obsessividade. Semana passada, eu sorri para a vida. Essa semana, derramo lágrimas de expectativas e esperanças que me deixei reter.