Trepar com amor.

Eu não sei amar bonitinho. Não sei que sentimento é esse. Eu sei amar dando pontapés, batendo, esmurrando, xingando. E é isso que você me causa.

Você me enlouquece. Tenho vontade de esmurrar o seu peito e mandar você se foder. Eu sinto tanta raiva sua. Tanta raiva. Mais tanta raiva. Eu não consigo me controlar. Fico fora de mim. Começo a rir, jogo o celular o mais longe perto possível e quando penso em uma resposta, o pego furiosamente e o respondo de uma forma cautelosa e meiga. E quando você não me responde? Odeio quando você não me responde. Mas odeio também a forma que você me responde. Eu odeio o jeito que você demonstra me amar. É tão inexistente que acabo pensando que não existe e que mais uma vez é tudo coisa da minha cabeça. Passei um ano cultivando coisas dentro dela, consegue imaginar isso? Eu sei que consegue. Te foderam bonito e agora, está aí, todo fechado querendo arranjar mais formas de se trancar. Eu entendo, tento entender. Tentarei o máximo que eu conseguir. O máximo que eu puder. Sou bom nisso. Sou bom em não desistir quando tudo diz que devo.

Não se preocupe, o seu “amo você” e o seu soco no meu braço são o suficiente para que eu cultive um romance que, talvez, nunca exista. São o suficiente para que eu comece a entender que, talvez, eu esteja amando você também. Isso não seria um desfecho incrível? Claro, depois do sexo. Aí fechamos com um “felizes para sempre”. Eu sei. Nos contos de fadas é diferente. Lá é lá. Nesse quesito, eu gosto daqui. Lá os príncipes nunca perdem o cabaço. Gosto da ideia de ser um príncipe, mas eu gosto mais ainda da ideia de trepar com amor com alguém.