Com quantas escolhas criam-se um homem?
- oneprince.
- 25 de abr. de 2016
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O mundo se encanta com palavras bem ditas, com atos românticos e assistem ricaços. Desgastam-se para salvarem obras de artes e colaboram para a extinção de animais. Gostam daquilo que querem ouvir e fazem campanha de ódio para aquilo que não querem enxergar. “Abra os olhos”, digo pra mim. “Não seja mais um dado do IBGE”, reclamo. Eu tenho tanta coisa para ser e não consigo ser nada. O medo me consome. Grito de fome. Fome de significado. Sou jogado na lata de lixo. Corro para o palco, sou pisoteado e obrigado a voltar para a sarjeta. Não sou uma estrela, sou um buraco negro. Se sou luz, desejo ser escuridão. Se sou escuridão, desejo ressaltar sobre ela. Não como luz ou objeto cintilante, mas como noite. Tenho coração de herói e mente de vilão. Persigo a morte, mas não sou eu o verdadeiro perseguidor. E é nesse momento que a piada vira drama. A comédia romântica vira aventura. A ação vira documentário. O musical vira desenho animado. A guerra vira um ato compreensível. A paz vira extinção. A preocupação vira tiroteio. Os mísseis viram alvos. Ás vezes, eu não queria ter ido contra os meus pais. Se eu os tivesse escutado naquela época eu não teria conhecido nenhuma das pessoas que me fizeram sofrer. Sabe o que isso significa? Eu seria a porra de um ser humano no meio da multidão, não desviando-se dela. Eu faria parte de algo. Mesmo que de olhos fechados e presente em dados estatísticos. Eu seria melhor do que essa aberração que criei.
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