Potencialmente perigoso.
- oneprince.
- 29 de mai. de 2016
- 2 min de leitura
Eu tô seguindo em frente, sabe? É como dizem, um passo de cada vez, tento evitar passos longos, corro do desespero, odeio ficar afobado e sempre estou à procura de oportunidades para me calar. As coisas ainda não começaram a dar certo, isso me deixa pra baixo, mas eu sei que o mais importante é não desistir do amor. Patético, eu sei. Clichê, eu sei, droga. Eu posso arranjar a porra de um emprego, melhorar de vida, ter mais condições de entretenimento, o jogo pode virar e eu até posso ser o artilheiro, mas nada disso vai adiantar se eu não tiver alguém para amar. Qualquer um. Negro, branco, pardo, ruivo, loiro, novo, velho, com barba ou sem, magro, gordo, bonito, feio, gentil, grosso, maconheirinho, traficante, bandido, trabalhador, vagabundo, artista, político, de Leão. Qualquer um que me deixe confortável, que me ame, para que eu o ame. Eu sei, as pessoas são idiotas e quando digo “qualquer um” elas se sentem ofendidas. Foda-se. Não vejo motivos, até porque você vai encontrar um completo desconhecido, compor centenas de perguntas, se apaixonar por ele, fazer um boquete e quando achar que o conhece, ele vai se tornar único. Isso não é lindo? Eu sei, é bonito, fofo, romântico e pretensioso. E se eu te disser que não quero qualquer um? Eu tenho essa mania de escolher demais, desde tênis a namoradinhos. É uma mania e manias não se perdem com tanta facilidade. Eu tento, tento mesmo, mas adoro fracassar e o mais interessante dessa merda toda é que eu quero aquele ali. AINDA? Sim, ainda, sr. Policial. Talvez, mas só talvez, eu seja um pouco perseguidor. Confesso ser obsessivo também se isso não me deixar encrencado. Eu o amo e eu acho que quando amamos, a gente meio que se torna isso: um completo desesperado, potencialmente perigoso e possivelmente incapaz de sequestrar alguém, amarrá-lo a uma árvore, fazê-lo confessar que o ama e obrigá-lo a preparar o jantar.
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