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Céu azul.

  • oneprince
  • 24 de jun. de 2016
  • 1 min de leitura

Segunda-feira, 10h. Amanda pergunta: — Por que você anda tanto? Respondo: — Porque… me distrai. É uma tentativa falha, confesso. Mas, ás vezes, tem lá seus resultados ocultos. Segunda-feira, 19h. Amanda pergunta: — Por que você anda tanto? Respondo: — Porque eu e ele andávamos sempre e eu meio que continuei para mantê-lo na memória, é loucura, eu sei, caminho ao lado de um fantasma, mas é o jeito que achei para tê-lo de volta. Segunda-feira, 02h. Amanda pergunta: — Por que você anda tanto? Respondo: — Porque todo lugar que eu vou, eu e ele já estivemos… É, pode parecer que faço de propósito, entretanto, não é. Simplesmente acontece e quando acontece, fico pasmo, ajo estranhamente, sorrio que nem idiota e salto que nem bailarina. — Como assim? — Não se preocupe, é só uma condução para dizer que fico feliz. — E depois? — Depois? Esqueço-o ao me esbarrar em uma pedra, ao notar uma árvore florescendo, ao ver um grafite, uma pichação, um poste. Eu volto a ser eu. Observo os prédios, evito encarar as pessoas, abaixo a cabeça, sigo em frente, atravesso a rua, empino o nariz, ando rápido, canso, paro, sigo, sorrio para o muro, mordo os lábios, reviro os olhos, explodo pessoas e carros, toco folhas, me equilíbrio no meio-fio, olho para cima, vejo as estrelas, choro, pego pesado com Deus, sou engolido pela escuridão e aí, me lembro dele, xingo ele e… porra… “O céu estrelado e eu aqui chorando”, penso. “As estrelas não merecem me ver assim”, exponho, e então, lembro que… seria uma atrocidade esquecê-lo.


 
 
 

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