Masturbação.

Não conseguir escrever me deixa doido, são tantas frases que não se encaixam, as vírgulas não parecem certas, os pontos atrapalham, fora que não saio do meu tema anfêmero… eu tô exausto, é sempre a mesma repetição de palavras e… bom… tem sempre… não. Chega, não é? É só que… sei lá, eu não sei se ainda dói ou se eu quero que doa, eu não sei se foi real ou fantasia, eu não sei se é só um desejo insano de “eu posso fazer melhor, deixe-me tentar” ou “eu realmente quero uma nova chance porque… eu o amo”.

Ás vezes, pego-me pensando na semana que vem, no mês que vem, eu já posso ver a loucura e o desastre que vai ser, eu sei que vou ficar com vontade de… eu sei, vai acontecer tudo de volta e eu não quero que aquele sentimento possua-me novamente, eu quero distância desse tipo de ajuda, no entanto, é a única que parece me acolher, fora que é a saída mais cortejada dessa linha tênue entre a dor e… bom, você sabe… qual é? Não é tão difícil assim de adivinhar, já é clichê escrever sobre el… insistir ne… lembrar d… chorar por… morrer continuamente em sonhos para ver o seu rosto… e seu possível desespero, já é repetitivo e previsível, a abordagem já é velha, o tema causa náuseas, não há novas chances e nem novidades para acrescentar na leitura, não conseguir escrever é bom perto de só conseguir escrever sobre…. não dá mais, toda noite é a mesma coisa: lá estou eu com os olhos cheios de lágrimas… qual é? O quê está acontecendo? É sério? Eu preciso entender.

Há tantas frases me abordando e me bombardeando de pensamentos reais demais para o meu mundinho, eu as detesto, não há espaço para elas, não há espaço para a realidade, quanto mais falso eu parecer, mais chances eu tenho de ser verdadeiro, quanto mais filmes de ficção-científica, de romance, de ação, de comédia e de drama eu assistir, mais longe da realidade estarei. Tá bem, eu gosto das frases, elas me fazem explorar outras perspectivas, no entanto, elas estão certas e, não gosto de estar errado, não posso deixá-las entrarem, isso seria ruim para eu e… você sabe, o grande-não-amor.