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Talvez qualquer coisa.

  • oneprince.
  • 5 de ago. de 2016
  • 3 min de leitura

Desculpe-me… com licença, posso falar com você? Tudo bem… então, é que… eu ando meio cético esses últimos meses e eu queria te perguntar: é possível ter-me apaixonado por ele? Foram apenas quatro dias conversando intensamente, revelando coisas que você demoraria meses para recolher, demonstrando afeto, carinho e talvez até algo a mais. Sei lá. Parecia tudo certo. Droga! Eu juro, nós nos encaixamos como um maldito quebra-cabeça. Detesto essa expressão clichê, mas é verdade. Não tem como esconder. Não dá. Por que eu fui gostar dele? Merda… por que estou falando de “gostar”? É isso? Eu gosto dele? Me apaixonei por ele? O que aconteceu? Por que eu deixei ele entrar? Por que ele tem que ser tudo aquilo e… bom… eu isso aqui. Eu não entendo. O que eu fiz de errado? Não tinha como errar. Estava tudo certo. Eu era uma conta de mais e pela primeira vez eu consegui somar. Tudo era tão promissor, tudo era tão complexo, entretanto, tão simples, calmo e renovador. Porra, eu me sentia feliz… por que ele conseguiu me fazer feliz? O que ele tem que os outros não tem? Nem de Áries ele não é. Sabe o quanto sou obsessivo e o que eu faria para ter um relacionamento com um ariano? Pois é. O mundo virou do avesso. Ele é de Libra, me diz, quem é de Libra? Que signo é esse? Eu não me conformo que acabou. E o que devo fazer? Seguir em frente? Prosseguir? Florescer outra vez? Não sei. Quiçá. Sei lá. Não é legal seguir em frente, mover o sentimento de lugar, ter que escolher entre “Desapareça daqui, Filha da puta” ou “Vai tomar no cu” para receber visitantes potencialmente perigosos. Eu não me conformo. A razão diz que devo parar de puxar assunto, o coração insiste em chamá-lo… o que eu posso fazer? Sou fraco, nada inteligente e amante de sentimentos que me destabilizam. Desculpe-me, estou te enchendo? É que eu te vi dali e pensei: ele tem um semblante de bom ouvinte. Não pude manter-me longe. Preciso falar com alguém sobre isso ou eu vou enlouquecer. Ele disse que já tinha vindo aqui… talvez não seja coincidência eu estar aqui hoje… agora tudo faz sentido: o nervosismo, a vontade de descer do carro e sair correndo para cá como se fosse mais rápido, a impaciência, a ansiedade, o desejo de furar os sinaleiros… tudo faz sentido agora: era o meu subconsciente querendo vim, porque, talvez, ele pudesse estar aqui. Talvez, seja por isso que eu não parava de olhar para os lados. Talvez, seja por isso que quando tocou Work da Rihanna, eu não gostei, porque eu sabia que ele não aprovaria. Desculpe-me… eu nem queria estar aqui e agora conversando com você… eu queria estar lá dentro, esperando-o, eu sei que ele vem… eu sei… talvez ele apareça… talvez não… eu não me importaria de passar a madrugada alimentando a ideia de encará-lo, de dançar com ele… eu só queria vê-lo, sei lá, pedir desculpa por não ser o bastante, beijá-lo, tocá-lo, bagunçar o seu cabelo, não sei. Qualquer coisa que o fizesse apaixonar-se por mim. Qualquer coisa… talvez qualquer coisa… talvez qualquer coisa. (Abro um sorriso). “Talvez qualquer coisa” foi o que eu disse a ele em uma conversa aleatória e estimulante. “Talvez qualquer coisa”.


 
 
 

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