Lobos.
- oneprince.
- 11 de out. de 2016
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O crepúsculo já não existe mais, está na hora: os amantes saem de suas tocas, amores nascem e morrem no toque, na palavra, no cheiro, saudades brotam do escuro inebriante. Pessoas estão em seus carros, desejando o silêncio da madrugada, com um frio na barriga, com uma vontade enorme de deixar os problemas para trás, sem saber se ficam ou se vão, cobiçando o poder da morte, imaginando suas vidas inteiras em um único segundo. Tudo é sublime. Há outras em ônibus vazios, cabulando a aula para ir atrás de uma ficada, ou de um amor, ou de confusão. Cada centímetro da cidade está sendo obrigada a provar o gosto da escuridão, assaltantes regozijam, a lua festeja, as estrelas brilham.
O tempo abafado, o vento gelado da baixada, todos querem alguma coisa, querem sentir alguma coisa, querem odiar outras. O que eu quero? Fumar um baseado, beber uma cerveja, estar ao lado de quatro, três amigos, mais aqueles dois que estão se tornando parte da alcateia. Eu não quero é ver o mar, quero é me apaixonar, nadar nos sentimentos mais fundos e travessos, quero dançar em cima de corpos nus, esquecer de viver e viver; porque, que é viver?
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