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Salgado Filho.

  • oneprince.
  • 21 de abr. de 2017
  • 2 min de leitura

a rua Salgado Filho é um binário com a Marechal Cândido Rondon. diferenças é

que não faltam entre elas, gostaria de expressá-las,

até mesmo criar uma teoria que explicasse o porquê delas...

mas há dois motivos para não o fazer: a Marechal é inútil

para o que tenho a contar e... foda-se o outro.

na Salgado Filho há dezenas de árvores, algumas delas tem a capacidade

de atravessar as duas pistas, são como guarda-chuvas, só que não nos protegem da chuva.

a medida que a Salgado Filho se aproxima dos bairros, nota-se a falta de calçadas

e as que resistiram não estão em condições de serem rotuladas. o mato

toma conta da beira do asfalto, os carros

não sabem quais são suas pistas, pois faixas estão em falta,

os deuses são

testemunham de

como eu estou farto de notar automóveis que não sabem em que pista ficam.

folhas secas e verdes queimam debaixo de

sombras monstruosas, do lado direito,

um condomínio de mansões, o muro alto as esconde, a cerca elétrica expulsa olhos

atentos e os direciona para uma classe menos poderosa economicamente e, na frente do muro, há folhagens dando um aspecto

sombrio, de coragem, poder e rota para corpos serem violentados.

na Salgado Filho esquina com a Mario,

um romance brota; na Salgado Filho esquina com a Manaus,

um amor a caminho da Jorge Lacerda é desfigurado.

as ruas me dão um passado repleto de possibilidades,

inclusive a de nunca ser o mesmo.

gritos são ouvidos; estrelas enxergam

lágrimas em busca de redenção.

Na Salgado Filho esquina com a José Elizeu, pés pisoteiam

um gramado com ambição de alcançar árvores, matos se excitam ao

encostar em pernas cobertas e nuas, ''o ápice de suas vidas''

explicaria um narrador qualquer e continuaria ''é em redor da negligência (de quem?) que o romance

desfigurado ganha rostos, toques e tesão''.

Mais adiante, uma ponte, muros escondem um rio impotente, entretanto,

abrem espaços para propagandas gratuitas,

''grécia antenas'', ''assoalhos vitor''.

antes de testemunharmos a degradação ambiental, há mais propagandas, uma de

transporte escolar e as outras de mercados locais proferindo o preço da alcatra.


 
 
 

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