merda... !
- oneprince.
- 15 de jul. de 2017
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''não usar roupas largas e nem boné'' disse
a atendente, vinte e poucos anos, sardenta, olhos negros,
cabelos castanhos, olhar retraído,
repetiu informações quando notou que o roteiro
já não estava mais na ponta da língua.
a boca se indignou, a primeira intenção de resposta a saudação
era ''boa tarde'', todavia, ela disse ''oi''.
como repreender um ''oi'' coberto de timidez?
sentado, escorado em um coqueiro,
noto a bota marrom, a calça preta, apertada e desbotada.
''está combinando'', penso. '' o marrom da bota, o preto da calça e o verde
da grama, dá uma boa foto ou um bom poema''.
entretenho-me com pernas em cima de um
skate, retraio-me com o vento gelado na nuca.
de repente, o silêncio surge e em instantes é usurpado por uma motocicleta,
em seguida, por uma bicicleta, o sinaleiro abre,
escuto automóveis e o tintilar das folhas do caderno rompendo
meu estado de nirvana.
xingo uma formiga, encaro a estrela da Farmácias Estrelas,
devoro o prédio da Saraiva, recordando de outro, o de vinte e sete
andares, além, um céu-cinzento, coberto de incertezas como
mais uma entrevista de emprego marcada.
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