Tiago
- oneprince.
- 26 de dez. de 2017
- 1 min de leitura
sozinho, no quarto, escutando Maiara e Maraisa - Medo Bobo, admiro um céu cinzento com resquícios de um dia de comerciais de margarina, vejo através da abertura da porta da sacada, uma fileira de prédios, o vento quase não circula, a cortina está aberta de forma exagerada e tempestiva, a música recomeça, Regina, a minha gata, dorme ao meu lado, tenho três entrevistas de emprego essa semana, sendo que duas é amanhã, fito meus pés, penso no Tiago, “É, e na hora que eu te beijei, foi melhor que eu imaginei”, paro, escrevo, pergunto-me a relevância de todas essas frases, encaro caixas de sapatos, o espelho, as bolsas penduradas na frente do quadro verde, a toalha pendurada na porta do guarda-roupa, troco de música, Johnny Hooker parte Liniker - Flutua, coço o braço, leio o que já escrevi, “somos dois homens e nada mais”, coço o saco, danço, deslizo sobre a música, lembro de comentar com o Tiago que, voltando para casa, fiquei com o seu perfume em meu corpo, a maior parte se concentrava em minhas mãos, eu agia como um viciado que leva a droga a todo instante ao nariz e inala. cara, tudo isso só para tê-lo um pouco mais, “Eles não vão vencer”, mas vencem, uma dessas vitórias, foi ontem.
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