.
- oneprince.
- 9 de jan. de 2018
- 1 min de leitura
há uma grama sendo pisoteada por dois corpos sedentos por coito. encosto-me na parede o puxando para perto do meu corpo. sinto sua ereção abaixo da minha. suas mãos passeando pela minha bunda: por cima do shorts, por baixo da cueca. mãos famintas me comem. beijo-o. paro. sua boca se aproxima do canto da minha boca enquanto olho para o lado direito buscando ver se não há ninguém se aproximando. olho para o lado esquerdo, minha barba sarra em seu rosto, não há ninguém desse lado também. beijo-o. minha mão desce a procura de seu pênis. acho-o. sinto-o. seguro-o. a rua é nossa. o céu é nosso. o dia clareia. as mãos param. envolvo-me em seu corpo. minhas mãos, levemente, sentem o seu traseiro ascendendo.
abraço-o.
abraço-o como quem nunca mais vai vê-lo. forte. feito chiclete grudado no sapato. mesmo com ele. mesmo em seus braços. mesmo tendo os seus beijos. seu sorriso. suas palhaçadas. seu cinismo. eu sinto falta dele. todas essas coisas não parecem suficientes. eu preciso ser parte dele. necessito que nossos corpos se tornem um.
sinto seu cheiro, os olhos pesam. eu preciso ir embora. eu não quero ir embora. fico. ele insiste que eu vá. eu insisto em ficar. acabo indo. acabo tendo que ir.
pela Manaus, deslumbro um céu de fundo azul com um pouco de laranjado, umas nuvens roxas e de chuva vagando atrás de uns prédios e, cara, fico em paz, deslumbrado e, principalmente, com saudades.
Comentários