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  • Lucas D. Ribeiro
  • 14 de mai. de 2018
  • 1 min de leitura

"Lucas, tem alguém batendo na porta”. “quê?”. “tem alguém batendo na porta". "quem?”. “não sei”. sento na cama. o pau está ereto. olho para a cama.

para o teto. para o chão. para a May e o

Edson deitados na cama com cara de “o que está acontecendo?”. levanto, ajeito o pênis com receio de que vejam. caminho até a porta, cadê as chaves? “Lucas, cê viu a chave?”. “não”. “Já vai”, grito. procuro, procuro, onde enfiei a merda da chave? nunca sei onde a coloco. achei. estava na mesa no computador, pego-a, abro a porta, deixo que os visitantes vejam metade do meu corpo e o restante escondo. meu saco sarra a porta, olho para frente e vejo o dono da kitnet, venho arrumar a porra da goteira no banheiro? “Lucas, tivemos reclamações de barulho”. ele está de óculos escuro, com uma das mãos na porta, como se quisesse entrar e verificar se há drogas, bebidas, etc. “depois das 22h00 não é permitido nenhum tipo de barulho”. olho-o fixamente, procuro dar o entender que estou prestando atenção: “eu não quero que tenha mais esse tipo de festinha, ok? se quiser festar, ache outro lugar”, o dono diz, com calma, soletrando cada palavra, cuidando do tom de voz para não parecer tão áspero. “tudo bem”, digo. “desculpa, não irá acontecer novamente”. olho para frente e vejo o pai dele. de óculos também. bem no fundo. como em um filme. onde o capanga diz o que tem que dizer o o chefe ali, parado, confirmando tudo o que está sendo dito, abençoando o "esporro", dizendo “amém”, “é isso aí, porra”.


 
 
 

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